Federico Guerreiros

A qualidade e dignidade dos desenhos de Federico Guerreros é a prova viva que vale a pena ser coerente.

A trajetória desse artista Uruguaio já o levou a muitos lugares, em passagens ou permanência que o enriqueceram intelectualmente, mas não mudaram sua essência e a maneira pela qual vê o mundo e sua arte.

As questões que pretendia discutir quando começou a pintar com seu mestre e saudoso, o artista plástico Osmar Pinheiro, continuam as mesmas, cada vez mais aprofundadas pela sua vivência e experiência do mundo; o valor de seus desenhos, questões sem solução que são sua própria poética.

Seus desenhos podem sugerir sentimentos simples.

Imagens construídas a partir de suas memórias afetivas; um verdadeiro sítio arqueológico recitado em poesia.

A sensação é como se o espectador estivesse, discretamente, observando a mais profunda intimidade do artista.

Federico estimula o olhar para uma experiência profunda e contundente sobre um elemento diferenciador: arqueologia não dos elementos de sua obra, mas das emoções da alma do artista. Uma experiência dolorosa e enriquecedora.

Sua obra não se trata de uma construção ou uma análise, mas sim de uma síntese de uma representação da família, do abrigo, do aconchego na continuação do tempo.

A vida e, por consequência, a possibilidade inexorável do seu fim.

As várias camadas de pastel sobre um mesmo suporte, manchas, traços, arranhões, trabalhadas segundo um raciocínio que faz do aleatório parte integrante – como ele mesmo diz, “de sua sopa de desenho”.

Reproduções elaboradas e idealizadas de sua fonte de vida, inspirações e exemplos.

Essa insistência em voltar para casa que já não existe, em buscar um passado possível de ser recuperado é que gera toda a empatia entre a obra e seu público. Federico fala das emoções comuns a todos, de lembranças que pertencem ao seu inconsciente.

Por isso nos é impossível ficar impassível diante de seus desenhos.

Todos, como Sísifo, sabemos que nossa pedra é pesada, nossa tarefa, fadigante, mas somos obrigados a refazê-la eternamente. Dói, mas paradoxalmente, é o que faz a vida vivível.

Federico é uruguaio. Vive e trabalha em São Paulo

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